Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

31 março, 2006

Desemprego?

Não acredito no desemprego. É um mito. É verdade que se abrirmos os correio da manhã nas páginas dos classificados só se encontram anuncios para vendedores e prostitutas. No entanto eu não sei o que significa estar desempregado e, por issso, porque não sou mais nem menos que os outros, não acredito que uma coisa que não existe para mim exista para eles.
Eu estava em casa, gozando ociosamente o meu dia , quando me chamaram para o meu primeiro emprego. Tinha desistido da escola naquele verão e ainda não tinha mexido uma palha à pocura de emprego. Foi fácil. Naquele dia o telefone tocou e, do outro lado, um grande amigo meu disse-me: Pah, tás desempregado (o que tecnicamente estava errado, um gajo para estar desempregado precisa de ter estado antes empregado) o meu pai diz que precisam de um gajo lá na sicasal e tal... Aceitei! Fui lá, estávamos em Dezembro. Primeiro de Janeiro e começava a minha primeira aventura profissional. Os primeiros quatro meses passei-os na fábrica, suando as estopinhas para que o fiambre aparecesse todo bonitinho nas montras frigorificas dos hipermercados. Já estava planear fazer o funeral ao meu relacionamento com a sicasal quando me propuseram que eu passasse para administrativo. Aceitei! Depois passaram mais 6 anos. Um dia resolvi despedir-me. Entreguei a carta e durante dois meses, que a lei prevê que o empregado deve dar ao patrão para que possa contratar uma pessoa que o substitua, nem foi preciso procurar muito. Apareceu outra oportunidade, a de trabalhar lá na tasca. Era mesmo o que eu estava à procura. Ainda acumulei os dois trabalhos durante algum tempo. Depois veio o ano lectivo matriculei-me e conclui o secundário, entrei para a escola náutica, desisti do curso, mas sempre mantive o bules la na tasca e, durante as férias, ainda me chamaram lá da sicasal para eu ir fazer uma perninha durante dois meses. Como o salario não dá para o gasto (ou vice versa nem sei bem), resolvi que preciso de outro emprego. Recusei um, quando já estava quase tudo acertado renasceu em mim a esperança de conseguir conciliar a vida de sheriff com os estudos e voltei atrás, e trabalhei uma semana e meia noutro, mas acabei por desistir porque não era compativel comigo. Daqui a umas horas vou a uma entrevista para outro. Desta forma não me falem em desemprego. O que é verdade é que há muito poucos bons empregos. Que há maus patrões. Que o fundo de desemprego é de fácil acesso. Agora desemprego??? O que não falta aí é trabalho para fazer. Aos desempregados só digo duas coisas: Ou és esperto, não gostas de trabalhar e viver do fundo de desemprego não te provoca problemas de consciência, preferes usar o sistema em teu proveito em vez de combatê-lo para o proveito de todos, e vais-te safando, se calhar até fazendo um biscate aqui e ali livre de impostos e, talvez ainda, ganhando mais do fundo desemprego do que muitos que trabalham. Ou és parvo, ainda não abriste os olhos, vives iludido em arranjar um emprego que se enquadre na tua vocação ou formação académica, não abdicas do teu look alternativo que te fecha a porta deste país conservador, ou achas que os salarios são demasiados baixos mas ainda não percebeste que não há número menor que zero. Eu adorava ter um trabalho que realmente me apaixonasse, um trabalho que desempenhasse com excelencia e profissionalismo, um trabalho onde o meu desempenho fosse recompensado e reconhecido. Há falta disso contento-me com um emprego onde o patrão não falhe com o pagamento para eu não falhar com os meus credores. Posso ser um grande urso mas sou um urso de consciência limpa e que suou todos os cêntimos que gasta. Para rematar, quero só que saibam que poucos saberiam sobreviver na selva de cimento sem um tostão como eu, não o faço, nem me estou a ver a fazê-lo nos próximos tempos, porque assumi compromissos na minha vida que tenciono honrar. Porque cresci a aprender que os compromissos são eternos.

Aviso aos Rockers


Quem puder é favor ir ver.

29 março, 2006

CANADA II



Porque será que isto me cheira a aldrabice? Se mão de obra portuguesa é precisa e desejada no canadá porque não seleccionam os que já lá estão?

CANADA I


O que terá levado a embaixada do Canada a publicar isto?

A situação politica do pais que leva a que portugueses cheguem ao canada pedindo o estatuto de refugiados? Medo de represalias do povo portugues contra as deportações dos portugueses emigrados no canada? Que o governo portugues haja da mesma forma que o canadiano?

Alguem entende isto?

28 março, 2006

FUCK THE BORDER!

Os emigrantes são bem vindos quando são precisos e dispensáveis quando já não interessam. Ainda sonho com o dia em que a humanidade conviva em harmonia unida com um objectivo comum, o do bem estar de todos. A sorte protege os audazes mas... protege muito mais os poderosos. Este pequeno post é uma manifestação de solideriedade com todos os individuos deportados em todo o mundo. Alguém podia lembrar aos canadianos que na sua esmagadora maioria (ou mesmo totalidade) os seus antepassados também foram emigrados. Por um mundo sem fronteiras, por um mundo livre.

Roqueiros cá da zona

Boas e más noticias. As boas é que o concerto dos Dying Dream foi muito fixe, que o Metal companheiro da velha guarda, ex-baixista de Dying Dream (numa formação com outro nome) e actualmente baixista dos Trotil talvez venha viver para a zona, é sempre porreiro ter os amigos por perto, e ainda, porque noticias boas nuncas são demais, que os Diana Jones & Vietnam Whiskey Dancers, já com novo baixista, vão fazer um digressão por portugal como suporte dos bascos Erantzun.
As más é que, infelizmente, o João, baterista de Hardspeech, vai ter de abandonar a banda por motivos pessoais relacionados com o seu estado de saúde. Espero que o João melhore e que possa realizar todos os seus sonhos.

O sheriff não é intocável

Na madrugada de sábado para domingo fui agrafado pela BT com 0,75 g de álcool. Dispenso os comments a dizer que sou burro e teimoso. Eu sabia que eles estavam lá mas o que tinha bebido não chegou para me matar a sede quanto mais para me embriagar. Como os erros servem para tirar lições de vida as conclusões que tiro são:

i) depois de tanto se ter discutido entre zero ou 0,5 como limite a merda afinal é a mesma.

ii) ao sábado à noite se sair tenho que voltar a casa pelas curvas de gradil

iii) Se a BT não existisse a taxa de desemprego era maior

iv) 250 € para quem se ve aflito para que haja dinheiro na conta no dia de pagar a prestação do
c2 é uma multa mais pesada do que 500 € para quem conduz um audi xpto

v) As miudas giras choram, o sheriff faz o choradinho mas, na presença de uma miuda gira o sheriff não tem hipotese.

Ficam os 250 € para pagar. A minha carta está na BT de Catefica. Se alguém quiser passar por la para trazer mande cumprimentos meus aos chuis.

Refugiados na Tasca

No domingo um carro de matricula espanhola empanou la na tasca. Os três muchachos que nele seguiam quando concluiram que não havia hipótese de prosseguir viagem accionaram uma cláusula do seguro automóvel que se chama Assistência em Viagem. Seriam talvez 16.30. Prestei o auxilio possivel incluindo explicar à espanhola da seguradora a localização exacta da tasca do sheriff. Eram quase 19 horas quando regressei da interrupção do trabalho domingueiro e já o poupas carregava o bólide para cima do reboque. Pensei: Bem estão safos não demorou assim tanto. Compete também à seguradora assegurar o transporte dos ocupantes da viatura o que só aconteceu às 23.50. Não estou a brincar. Só 440 minutos e 27 € de telefone depois os pobres rapazes iniciaram a viagem de regresso. Fiquei espantado com a calma que sempre demonstraram. Bem poucos se poderão gabar, como eles, de terem passado um dia assim com o sheriff. Eles lancharam, jantaram, fumaram, desesperaram, esperaram, enfim. É para isto que serve a assistência em viagem? Mais depressa tinham conseguido chegar a Badajoz pelos seus próprios meios. Se fosse comigo tinha-me passado.

DYING DREAM @ Lagar

22 março, 2006

Repressão Policial, Terrorismo Oficial!


Quando tiram a trela aos cães da ordem aparecem mais vitimas.
NÃO BASTOU CARLO GIULIANO ???

Naquele belo pais onde o sistema fiscal rouba os pobres para dar aos ricos

A lógica do sistema fiscal é encher os cofres do estado usando critérios que primam pela justiça social. Os mais ricos pagam mais impostos e os pobres pagam menos. Claro que estamos no plano teórico. Na prática o proletariado acaba por ser sobrecarregado enquanto os ricos têm ao seu dispor manobras e estratagemas para se esquivarem. Isto não é novo. Enquanto o poder existir para servir os intuitos das elites é impossivel imaginar medidas que realmente sirvam o combate evasão fiscal. Isto tudo a propósito de um tal senhor carrapatoso que viu a sua divida ao fisco perscrever. Se o senhor tivesse de pagar e só depois o processo judicial se arrastasse indefenidamente, aposto que este processo não teria perscrito. Mas entre interesses e conluios os poderosos lá vão amanhando o seu quintal. Imagino se fosse eu o devedor. Não teria possibilidade de contratar o advogado do sr. carrapatoso e, claro, veria rapidamente as sanções serem-me aplicadas. Mas eu até compreendo o interesse no meu dinheiro, que é ganho com suor e honestamente. Se calhar o do sr. carrapatoso não tem tanta qualidade. Acreditar na justiça? Eu? Neste momento (como em todos os outros) acredito tanto na justiça como o companheiro cyril acredita no sr. villepin. Rápidas melhoras cyril, a luta continua e precisa de ti.

18 março, 2006

É já amanhã!

Bem é só para quem recebeu o convite mas de qualquer forma apraz-me assinalar que os Dying Dream regressam aos palcos, já amanhã, para apresentar o seu EP de estreia. A saber aqui o sheriff pertenceu à génese desta banda. Já lá vão uns aninhos. Parece-me que vai ser uma tarde de Domingo em festa. Muitos copos e muito rock. Estes meninos teimam em não sair da toca mas eles é que sabem. Eu já tive oportunidade de exprimir a minha opinião. Se recebeste o convite não faltes pois vamos transformar o pequeno lagar numa sala gigante. As portas abrem às 15 horas à mesma hora que a cerveja começa a entornar. Assinalar também que os Hardspeech, projecto paralelo do baixista de Dying Dream, estão aí a marcar a sua posição com dois concertos num curto espaço de tempo e site. A cidade sem lei espera que estas bandas continuem em alta rotação, assim como os Diana Jones & Vietnam Whiskey Dancers , para que haja um grande espirito rock aqui na zona. Ah! E deixem-se de merdas.

Quem empresta não melhora

Hoje lá na tasca foi um dia dos diabos. Não que eu acredite no mafarrico mas as expressões do povo têm uma musicalidade muito mais interessante que algumas obras de primas de alguns poetas assim como, muitas vezes, a sabedoria popular leva vantagem sobre as ideias de alguns intelectuais.
Eu sou um grande parvo. Admito-o. Por várias razões. Para o caso importa que sou um gajo que gosta de ajudar. Mas um gajo que se predispõe a ajudar acaba por perder mais do que ganhar. Hoje estava inesperadamente bem disposto. A minha tarde tinha sido bastante agradável, apesar da chuva. Quando o relógio uniu os ponteiros no número doze estava preparadissimo para abandonar o estaminé. Duas tempestades ocorreram em simultaneo, uma trovoada de arrepiar os pelos do peito e uma chuva de clientes de ultima hora. Como ja sei que 99% dos atrasados olha desconfiado para a maquina multibanco que permite que as bombas funcionem 24 horas fui deixando o pessoal abastecer, vendi mais uns maços de tabaco, um cafe, uma caixa de preservativos, um ou dois red bull, enfim, os bens de primeira necessidade aquela hora. Quando a confusão parecia amainar aparece-me uma cenourinha de tenra idade em pânico porque tinha ficado sem combustivel a 100 metros dali. Arranjei um garrafão de 5 litros para que a menina pudesse levar o liquido precioso, ajudei-a a abastecer porque ela estava nervosa demais para o fazer e ainda, parvo, emprestei-lhe um funil para que pudesse resolver o problema com facilidade. Só quem ja ficou sem gota (sim que eu sou um gajo moderno e sei dizer as palavras da moda) sabe a utilidade de um funil numa hora destas. Recomendei-lhe que me devolvesse o funil porque ele esta ali para desenrascar os desprevenidos. A menina pagou e disse que eu podia ficar descansado que ela viria logo devolver-me o funil. Entretanto fui terminando os meus afazeres acabando por sair mais tarde que o normal. É o que se ganha em ser parvo. Pois bem, o tal funil não regressou à base. Acho que é preciso uma grande cara de pau para deixar pendurado alguem que se prontifica a prestar auxilio. Mas enfim este é o mundo que temos e as pessoas que nele vivem. Eu gostava de conseguir agir assim mas tenho consciência. Mas não lucro muito com isso. Lembro-me uma vez que fiquei naquela rotunda de sintra, ao pe dumas bombas, empanado no velhinho alfa romeu, e que um bate chapa que estava no petisco ali perto (não era tão perto como isso) com uns amigos me emprestou, sem me conhecer de lado nenhum, umas chaves sextavadas. Desempanei o bólide e claro, como tenho consciência, devolvi as chaves. Fiquei grato. Mas cada vez há menos parvos como ele e eu. Porque será?

12 março, 2006

Aconteceu na Tasca do Sheriff

Sheriff Esteves - Boa Noite!

Miuda Gira - Boa noite, Eu queria um Lucky Luke..

Sheriff - Desculpe?

Miuda - Disparate, é um gold strike...

Sheriff - (Entregando um maço de Lucky Strike) - São 2.45

Miuda - Obrigado

06 março, 2006

Não acredito em bruxas mas que as há....

Há! E por mais céptico que eu seja há um bad karma ou outra coisa qualquer que me liga aos Diana Jones. Já lá chegamos. Foi uma noite da velha guarda. Já há algum tempo que as pulseiras de bicos não saíam do armário, porque nós poseurs só as envergamos nestes dias. Tive de ir trabalhar mas, ainda faltava meia hora para fechar, já tinha o uniforme despido e o fato de gala vestido. Bateram as 12 badaladas e o c2 voou pela A21 procurando o destino: Pavilhão polivalente do sobreiro. Sem surpresa o nº do meu bilhete, 67. Como esperava a afluencia não tinha sido grande. Quando entrei mais caras desconhecidas que conhecidas, o que por um lado até pode ser bom, se houver coragem para repetir cenas destas aqui na zona. No palco os fita cola debitavam o seu punk descomprometido numa versão de um spot publicitário da chicco que quase toda a gente se deve lembrar. Pelo meio de ritmos punk e ska entrei ao som dos sapatinhos chicco. Fiz notar a minha presença junto do pessoal amigo e logo cravei a primeira cerveja. Sim que os cinco euros da entrada, embora justissimos (1 euro por banda), deixaram-me depenado. As minhas finanças estão como as contas dos clubes de futebol.
Fiquei por ali ambientando-me ao cenário, espaço excelente, palco excelente, o som muito bom, o bar impecável. Só no encore de fitacola alinhei no pogo que, diga-se, estava fraquinho. Para trás perdi Man Eater, ForTheGlory e os anfitriões Diana Jones & The Vietnam Whiskey Dancers. Cereja no topo do bolo Omited GR com o seu Hc e com a habitual pujança não defraudando ninguém. Alcoolizado e com a adrenalina no redline acabei por protagonizar a cena que me estragou a noite ao perder uma protese dentaria que me custou um dinheirão. Fiquei fodido, pá é que fiquei mesmo. Preferia que me tivessem partido um dente a sério. Tenho de me habituar, há sempre merda quando vou aos concertos de Diana Jones e quase nunca os vejo tocar. Parabéns aos organizadores e aos poucos rockers que responderam ao apelo. Poucos mas bons!

01 março, 2006

AOS ROCKERS!

Não esqueçam que sábado há punk e HardCore no sobreiro. O sheriff vai chegar mais tarde porque afinal vai mesmo trabalhar. Era fixe que estivesse uma boa casa.