Imaginem um emprego em que nunca há sobrecarga, seja de horario, seja de trabalho. Imaginem um emprego no qual quando alguém vai de férias nenhum colega fica sobrecarregado. Imaginem um emprego em que durante o horário de expediente se joga damas na internet ou se consulta sites de arrebimbaomalho (palavra nova que aprendi esta semana, espero estar a usa-la correctamente e a escreve-la da maneira certa). Imaginem um emprego onde os colegas competem freneticamente, quer seja a jogar à moeda, ou a jogar aos paises, cidades, nomes, profissões.... Imaginem um emprego onde o chefe quando vê trabalho abandonado se levanta e vai fazer em vez de mandar e/ou repreender o empregado faltoso. Imaginem um trabalho em que o chefe leva tv para ninguem perder os jogos do mundial. Imaginem um emprego em que o chefe nos dá uma tarde de folga porque o trabalho esta todo feito. Qual não existe. Existe. Pena tenho que seja só o estágio.
Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.
28 junho, 2006
As coisas que me dizem,,,
You're A Passed Out Drunk |
What Kind of Drunk Are You?
Feel Like Skankin?
27 junho, 2006
22 junho, 2006
21 junho, 2006
Ele ha cada um...
Já vi muitas manias de enfeitar os automóveis. Cada um com a sua e algumas que até viram moda. Como as bandeirinhas de portugal que pegaram moda no euro, ou aquela boneca que era o logotipo de uma disco de Ibiza colada na traseira do carro, ou o cachecol do clube amado estendido na chapeleira, ou o pequeno, ou nem tanto, peluche pendurado no espelho retrovisor, ou o autocolante com uma frase do tipo "movido a alcool? Só o condutor!", já vi cornos, ferraduras, patas de coelho, a nossa senhora, santinhos, anjinhos, termometros, protectores do sol com personagens da disney, etc, etc, etc. Atreveria-me a dizer que a imaginação dos condutores não me poderá nunca surpreender se hoje, lá na tasca, não tivesse ficado perplexo com um automovel cujo proprietario decidiu embelezar com um jacaré embalsamado colocado na chapeleira. Seria talvez um primo, um caimão, ou coisa que o valha. Estarão os mais atrevidos a pensar que se trataria de um imigrante brasileiro com saudade da sua amazônia. Puro engano. Pasmem-se. Era imigrante, sim, mas do leste da europa. A minha preocupação é se a moda pega. Viajar de automóvel já é assustador o suficiente mesmo sem termos de ir constantemente a olhar para a cabeça de um animal selvagem de olhos esbugalhados e boca entreaberta.
15 junho, 2006
Pausa do sheriff
Hoje tem sido um dia pouco comum na tasca. Deve ser de ser feriado santo. Não há quem diga o quão estranhos são os designios de deus? Para começar um dia que deveria ser de verão mas que o s. pedro (já que hoje estamos tão impregandos de religiosidade) resolveu brindar com um diluvio. Ainda bem. Eu a trabalhar e vocês na praia, isso é que era bom. Depois uma cliente que elogiou o café. Bizarro, os clientes, normalmente, só perdem o seu tempo para protestar contra o que está mal. Para finalizar um carneiro decidiu aparecer em pleno recinto, desvairado. Eu sei que estamos numa zona quase rural mas carneiros na via publica é capaz de ser um exagero. Estou até com medo de começar a segunda etapa. Sabe-se lá as coisas estranhas que podem ainda acontecer. Estranho também é o à vontade com que as pessoas colocam os outros em posições delicadas. Conto-vos duas, uma de hoje outra de uns dias atrás.
Hoje chegou um automovel com uma familia, à antiga, pai, mãe e dois filhos. Só o juvenil mais velho saiu do carro. Entrou na tasca e pediu um sg ventil. Ora o artigo nono do decreto de lei não sei quantos proibe a venda de tabaco a menores. Claro que toda a gente sabe isso, mas os paizinhos, preguiçosos em levantar o cu gordo do banco do carro, insistem em colocar os empregados de balcão numa posição delicada. Eu vendi o maço de tabaco ao puto. Como faço sempre. Mas imaginem que estava uma autoridade qualquer lá dentro. Aposto que a talhada que me ia calhar não seria nada meiga.
Outro dia entrou um tipo para pagar com cartão visa. Em lugar de estar assinado o cartão dizia pedir bi. Nunca peço, mas naquele dia achei que o cliente iria achar bem que o pedisse. Quando pedi a resposta absurda do fulano foi não tenho. Apesar de eu saber que o cartão lhe pertencia, uma vez que ele ate costuma lá ir e é daqui, deu-me vontade de chamar a policia para identificar o gajo. Claro que ele ia ficar todo ofendido. Trabalhar ao balcão é muito fácil do ponto do vista do trabalho. Faz-se de olhos fechados e com uma perna às costas. Mas tem pormenores relacionados com o relacionamento interpessoal que podem tornar a tarefa dificil de concretizar sem criar atritos e situações embraçosas.
13 junho, 2006
Não ou a tarefa inglória de educar!
Na sexta feira passada, o técnico que nos deu formação nas nuvera decidiu incluir, no meio das suas disertações sobre xerografia, corotrons, etc, uma curta aula de pedagogia. Creio que foi uma estratégia para não ser terrivelmente maçador uma vez que as suas tiradas humoristicas pareciam importadas de um episódio dos malucos do riso. Dizia ele, a propósito dos pais de hoje, que não se sabe dizer não aos miúdos. Não é não, ponto final. Não precisa de fundamentação, argumentos, justificações. Deste modo eles perceberão o que significa e quando se lhes diz não entendem de imediato a mensagem. Do mesmo modo que um dia que eles digam não saberão que não é não, ponto final.
Ontem na tasca lembrei-me deste apontamento. Entrou um pai orgulhoso com os seus dois rebentos. O mais velho agarrou uma embalagem com dois donuts com creme por dentro e por fora (do donut entenda-se que a tasca é um estabelecimento asseadinho) e disse ao pai: quero! O pai disse-lhe mas filho tens bolos lá em casa... Bem, o puto acabou por levar aquela porcaria. O mais novo começou a berrar porque queria um chupa. Tirada do paizinho: O sr. não vende chupas e se choras chama a policia... Pois, o sheriff é que paga as favas. O puto meio convencido, meio resignado lá baixou as armas e os três lá foram à sua vidinha.
Um chefe meu dos tempos da salsicharia tinha uma outra técnica. Sempre que a filha lhe pedia alguma guloseima ou coisa do género perguntava-lhe: Tens dinheiro? O pai não tem dinheiro tu tens? Claro que a miuda não tinha e acabava por se resignar. Mas quando tiver... Não vai haver limite de crédito que a segure.
Para mim nem tanto ao mar nem tanto à terra mas, embora as minhas memórias dos tempos de criança sejam parcas, não me lembro de andar a pedinchar à minha mãe pelo quer que seja. Sabia bem até onde podia ir. Sabia perfeitamente que uns ténis de seis contos (sim porque naquela altura uns all star custavam aí uns 4 contos, os mesmos que hoje podem custar 60 euros) eram uma ilusão no meu guarda roupa a menos que houvesse algum jogo de cintura da minha parte. Mas nunca faltou comida no frigorifico, nem doces para matar a gulodice, nem brinquedos ou livros para ler. Acho que todos os pais acabam por falhar num ou noutro ponto mas não sei se compensar a austeridade dos nossos pais com permissividade para com os nossos filhos os torna mais fortes. O que eu sei? Que a boa educação é, cada vez menos, requisito para a convivência social.
12 junho, 2006
Um evento desportivo de dimensão mundial
Enquanto na europa as cadeias de televisão disputam os direitos de transmissão dos jogos do mundial e negoceiam chorudos contratos de publicidade, no Togo as companhias de produção e distribuição de energia eléctrica pedem à população que se abstenha de usar os frigorificos, ar condicionados e outros aparelhos electricos durante as transmissões para evitar um blackout. Já eu contentei-me com o relato da renascença, porque a antena 1 não difundiu em onda média.
07 junho, 2006
060606
Eu não devia ser indiscreto mas o el carteiroman fez anos ontem no dia da besta. Ao que consegui apurar a besta não conseguiu adiar. Parabens pá. Estás lá não tarda, eu ainda demoro (nos 30 entenda-se)...
Yuppies: Afinal eles existem
Nunca me senti muito amedrontado pelos personagens "mitológicos" da infancia, nunca me assustei com o papão que me dava cabo do canastro se eu não comesse a sopa, nem com o senhor policia que me levava preso se eu não me portasse bem, nem com o velho do saco que me levaria se não fizesse os deveres. Já os fantasmas da adolescencia sempre vivi em panico que fossem reais. Os yuppies são uns deles. Nunca acreditei que houvesse esse tipo de gente. Sempre achei que os young urban professionals eram apenas personagens estereotipizados. Mas não, eles existem, estão vivos, e já andam aí. Espero que esta praga rapidamente seja combatida e que eles regressem ao buraco de onde sairam.
The Hitchhiker Diary - O milagre
Naquela noite não era preciso pedir boleia para voltar para casa. As finanças abonadas permitiam poupar os trocos para o autocarro. A paragem ja parecia deslocar-se quando o machimbombo finalmente chegou. Entrei, comprei o meu ingresso para a louca viagem, e escolhi o meu lugar na plateia. Longe do palco é claro, não precisava de mais emoções naquela noite que ja era manhã. Quando acordei não reconheci o lugar onde me encontrava. Seria possivel estar no autocarro errado? Passados alguns quilómetros reconheci o nome da cidade à qual chegava. Loures! Há muito que o meu destino tinha ficado para trás. Apressei-me a sair assim que o autocarro parou. Atravessei a estrada remexendo os bolsos à procura de alguns trocados que sabia não ter. O tráfego àquela hora era minimo. A espaços lá passava uma viatura. O meu aspecto de refugiado não ia ajudar-me a apanhar uma boleia por isso resolvi caminhar em direcção a casa. Noutras circunstancias seria uma decisão impensável mas na altura não me ocorria uma melhor. Ja tinha alguns minutos nas pernas quando o meu fisico começou a acusar o desgaste. Não da caminhada mas da noitada, uma à antiga, Hardcore! Arrastava-me a custo e o sol começava a crescer para mim. Como eu preferia um banho de cuva. Como eu preferia um duche rapido e uma cama. A minha boca estava seca.
Encarei a subida com desânimo, com o mesmo que teria encarado uma descida. Duas figuras no seu final, contudo, despertaram-me a atenção. Fiquei surpreendido por o meu cérebro ainda funcionar. Testemunhas de Geova! Tentei parecer indiferente à sua presença. No entanto não passei despercebido.
- Olá, bom dia!
- Eh pá, desculpem lá, mas bebi uns copos a mais e adormeci no autocarro e acabei por parar aqui, nem tenho dinheiro para ir para casa, nem paciencia para estar a levar com vocês agora. Olhem eu sou ateu, respeito a vossa cena mas deixem-me em paz e não percam o vosso tempo comigo.
- Olha lá não és o sheriff?
- Pá mas como é que...
- És o sheriff não és?? Namorado da sheriffa.
- Ya sou mas tu não tou a ver...
- Eu sou a ludovina, estou a estagiar com a sheriffa lá no atl...
- Ah, ya! Ja nos vimos uma vez, estas boa?
- Esta tudo bem, contigo é que não já vi. Quanto é que precisas para o autocarro?
- 1 pintor ou dois.
- toma la
- eh pa muito obrigado, depois a sheriffa paga-te isso, safaste o dia.
- vai com deus
- Eh pa obrigado, tenham um bom domingo.
Desta vez sentei-me na primeira fila e avisei o condutor que se adormecesse me fizesse o favor de acordar mas não fechei mais a pestana senão na cama.
06 junho, 2006
Vai ser um bacanal!!!
05 junho, 2006
O sheriff tem uma nova companheira
01 junho, 2006
Hoje é o primeiro dia na vida de um Site Manager
Foi o meu primeiro dia no novo emprego. Reunião às 09.00 com o project manager que nos descreveu sucintamente a task, que nos disse que tinhamos sido vendidos como experts ao cliente, que iamos acompanhar o project desde o inicio, que este novo centro de printing and finishing era dos poucos em portugal, que a xerox estava a apostar forte neste project, depois começou-nos a apresentar o não sei quê manager e o não sei quantos manager... Ás 10.30 quando percebeu que os técnicos que iam começar a montar as máquinas afinal não o iam fazer tão cedo mandou-nos para casa. Aqui estou, no meu dia 1 de site manager, preocupado se alguma vez vou entender este dialecto empresarial que inclui palavras inglesas num discurso que ficava muito mais agradável ao ouvido se proferido na lingua materna, e à espera. À espera que o técnico chegue para começarmos o trabalho. Mais a formação porque o projecto só arranca a todo o vapor dia 1 de Janeiro. Estou convencido que este pode ser um passo muito importante na vida do sheriff. Como o prometido é de vidro (sempre achei piada a estes trocadilhos nonsense), afinal, o que vou exactamente fazer? A ideia é esta: vai ser criado um centro com máquinas xerox que vai receber milhares de documentos para impressão. Extractos bancários, apólices, esse tipo de coisas que são impressas em doses inustriais. A minha tarefa, perdão, a minha task é gerir essas impressões, zelar pelo bom funcionamento dos materiais e garantir que tudo é impresso e colocado em envelopes de modo correcto. O aliciante disto tudo é que nos foi dado incentivo para aumentar os nossos conhecimentos e nos tornarmos os tais experts que eles já dizem que somos.
A ver vamos!
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