Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

08 novembro, 2006

Canção do bandido (1 centimo é 1 centimo)

Quando vi que o fulano abasteceu 20 euros torci o nariz. Desconfiei! Não é que eu seja desconfiado mas os clientes que sempre abastecem 5 euros, quando se excedem deixam-me sempre de pé atrás. Quando o vi de um lado para o outro dentro do carro percebi que ia ter uma situação para resolver, por sinal, das que mais odeio. O gajo entrou:
Bombeiro Teso - Boa noite! (Estendeu-me a mão. Aqui desfiz as minhas duvidas, um gajo que nunca te estende a mão quando o faz é sempre para te pedir alguma coisa)
Sheriff Esteves - Boa noite... (Respondendo a mão esticada com um aperto)
Bombeiro - Estou com um problema...
Sheriff - Isso é que é pior. Então o que é que se passa?
Bombeiro - Deixei a carteira em casa e é assim ou venho cá amanhã ou então vamos ficar aqui toda a noite...
Sheriff - Desculpe? Toda a noite?
Bombeiro - Sabe o que é, eu pensava que tinha o cartão comigo, eu tenho ali dinheiro no carro mas são moedas de dois e um centimos.
Sheriff - Você é que sabe, eu não me importo que pague com esse dinheiro, mas se prefere deixe alguma coisa comigo e paga-me depois.
Bombeiro - Pois mas vai demorar sabe...
Sheriff - É como lhe digo, eu aceito o pagamento com as moedas, mas se quiser vai buscar a carteira.
Bombeiro - Pois mas eu moro longe
Sheriff - Ou se quiser deixar um valor passa por cá amanhã e paga, Tem é de deixar alguma coisa.
Resignado o fulano voltou ao carro e trouxe um pequeno cofre. La estive mais ele a contar 20 euros em moedas de dois e um centimos. Acreditem que é um volume considerável. As pessoas têm muita lata e não sei o que as vezes pensam. Outro fulano tinha la na tasca uma divida desde o principio do verão. Foi com uma colega. Deixou lá trinta euros para pagar e o seu bilhete de identidade com a boa fé da colega. A primeira vez que fez intenção de pagar, alguns meses depois de contrair a divida, apareceu com um cheque de 300 euros. Lá conseguiu um adiamento. Evidentemente ninguém no seu perfeito juizo vai aceitar que um gajo que anda há meses a dar o calote pague 30 euros com um cheque de 300, e arriscar que o cheque bata na trave. A segunda vez apareceu-me lá mesmo no inicio do turno com uma nota de 500 euros. Teve azar que a gerente ia mesmo a sair e, mesmo contrariada, voltou atrás para trocar a nota. Eu percebo que muita malta anda com a corda na garganta mas se querem dar o calote abasteçam e ponham-se a andar. Uma fuga quem quiser que resolva. Agora tirar partido da amabilidade dos caixas porque pensam que vamos ser anjinhos, é que já não vamos.

2 comentários:

Trilby disse...

Eu acho mal é o pessoal meter gasolina com o dinheiro gamado ao mealheiro dos filhos...

Anderson disse...



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