Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

23 novembro, 2006

Internetionalização dos DD

Graças a um bravissimo trabalho de montagem do DJ Almeida, os Dying Dream chegaram ao Youtube. Pela primeira vez na grande montra da internet esses gajos. O sheriff também aparece nas fotos, felizmente, sempre em poses relativamente decentes. Felizmente os paparazzi andavam distraídos. Confiram o video aí no cine Olimpia, quem esteve lá vai gostar.

20 novembro, 2006

Sheriff salva vidas

Mas mesmo assim não recebe a exposição mediática de outros concidadãos. Depois de uma semana em que a filha da Filomena Félix (a.k.a Mena Féles) foi capa do correio da manhã graças aos seus portentosos 200 kg e que o José Bizarro foi entrevistado pela televisão por ter andado a transportar residuos mais ou menos tóxicos juntamente com produtos mais ou menos alimentares eis que o sheriff protagoniza algo de muito mais valioso mas sem o devido reconhecimento público.
Já o sporting tinha derrotado o maritimo por 1-0 quando um veículo entrou na perimetro da tasca em marcha de urgência. Um cliente soltou em tom de exclamação um "Qué isto, qué isto?". Quando verifiquei que se tratava de uma viatura do INEM o primeiro pensamento que me assaltou foi que se passaria algo de errado na outra tasca, do outro lado da cidade, e por engano o socorro se teria dirigido ali. Saí e o socorrista interpelou-me: "Por Favor, para ir para o milharado?". Apressei-me a sar as direcções certas ao motorista que logo arrancou a alta velocidade. Se uma vida foi salva naquela noite no milharado muito podem agradecer ao sheriff que, sempre prestável, foi lesto em indicar o bom caminho aos socorristas do INEM. Um herói no anonimato. Ah! E dos que não usam collants nem lycras. Mas o importante é perguntar-mo-nos por que raio é que uma viatura de emergencia do INEM não está equipada com um GPS. Calculo que cada carro de ministro tenha o seu garmin topo de gama mas os gajos do INEM só tem de salvar vidas, isso não é suficiente para justificar um GPS nessas viaturas. Querem um conselho? Se estiverem a prever uma paragem cardiaca ou coisa que o valha desloquem-se para um grande centro urbano.

13 novembro, 2006

O homem do talho tem pés de porco

Sheriff Esteves - Vê lá se sabes esta: Tu és meu filho mas eu não sou teu pai, quem é que eu sou?

Empregado de armazem - Errrh!! É pá não sei!

Sheriff - Então, sou a tua mãe.

Emp. Armazem - AH! Pois é, pois é. Espera ai que vou fazer ali aquele. Ó pá... Tu és meu filho mas eu não sou teu pai, quem é que eu sou?

Emp. Limpeza - Ah, eu já sei essa, já me fizeram...

Emp. Armazem - Então quem é que eu sou?

Emp. Limpeza - Espera aí, estou a ver se me lembro... Ah já sei, já sei, és o Homem do talho!

Na realidade eu não sei se o homem do talho tem pés de porco, porque ele está sempre de sapatos calçados, mas uma coisa descobri: O empregado de limpeza é filho dele!

08 novembro, 2006

Passageiro Clandestino

É do conhecimento geral que o sheriffmobile é um veículo versátil e cheio de tecnologia. É verdade que a máquina tem truques que até o seu mestre desconhece. Hoje o sheriffmobile miou. Para que raio quero eu um carro que mie? Pensei eu enquanto comprava mais uma peça do comboio electrico do 24 horas. Isto era para ser um post curto mas esta última frase obriga-me a pelo menos três reparos para que a imagem do sheriff não fique manchada: 1. Estou a coleccionar o comboio do 24 horas porque o meu estatuto profissional permite que adquira as peças sem comprar o jornal. 2. Estou a coleccionar o comboio do 24 horas porque vou ser pai de um rapaz, alem de que todos sabemos que os comboios electricos, assim como as mamas (talvez devesse escrever seios, sempre é menos técnico e de vez em quando fica bem escrever com mais classe) das senhoras, apesar de inventados a pensar nas crianças são sempre os adultos que acbam a brincar com eles. Desta forma vou ter um comboio electrico e tenho uma desculpa válida. 3. A minha memória está a piorar. Esqueci-me do terceiro reparo que tinha de fazer. Se me lembrar entretanto ainda incluo.
Voltando ao sheriffmobile, parece que fiz varios quilometros com o mianço em alto som. Não sei precisar porque o volume do som que auto-rádio debitava não me permitia ouvir mais nada. Quando parei ouvi miar claramente. Só me apercebi que era o sheriffmobile quando os transeuntes se começaram a acercar do carro. Voltei a pensar: (ando a pensar demais, como me disse uma amiga devia agir mais e pensar menos) andam esses gajos do tuning a gastar rodos de dinheiro em alterações foleiras nas pandeiretas para chamar a atenção e um simples mianço de origem faz o dobro do efeito. Assim que terminei a compra e voltei ao meu automobile achei que a malta ja estava a exagerar. Debruçavam-se sobre o carro, espreitavam para o interior, escorregavam por debaixo do motor armados em mecânicos. Mas afinal qual é o problema? Perguntei eu indignado. Depressa percebi que afinal o mianço devia-se a um minusculo felino que, clandestinamente, tinha vindo de boleia. Usando a pericia que o treinamento para sheriff exige, numa operação relampago resgatei o gatito. O ingrato assim que colocou as patas em terra firme pirou-se. Não há reconhecimento para o mérito de um sheriff neste mundo. Paciência!
Um raparo final, não é aquele que me esqueci, é outro: A palavra sheriffmobile, ao contrário do que muita gente pensa, não deriva de batmobile mas sim de playmobile. Fica dado o esclarecimento.

Canção do bandido (1 centimo é 1 centimo)

Quando vi que o fulano abasteceu 20 euros torci o nariz. Desconfiei! Não é que eu seja desconfiado mas os clientes que sempre abastecem 5 euros, quando se excedem deixam-me sempre de pé atrás. Quando o vi de um lado para o outro dentro do carro percebi que ia ter uma situação para resolver, por sinal, das que mais odeio. O gajo entrou:
Bombeiro Teso - Boa noite! (Estendeu-me a mão. Aqui desfiz as minhas duvidas, um gajo que nunca te estende a mão quando o faz é sempre para te pedir alguma coisa)
Sheriff Esteves - Boa noite... (Respondendo a mão esticada com um aperto)
Bombeiro - Estou com um problema...
Sheriff - Isso é que é pior. Então o que é que se passa?
Bombeiro - Deixei a carteira em casa e é assim ou venho cá amanhã ou então vamos ficar aqui toda a noite...
Sheriff - Desculpe? Toda a noite?
Bombeiro - Sabe o que é, eu pensava que tinha o cartão comigo, eu tenho ali dinheiro no carro mas são moedas de dois e um centimos.
Sheriff - Você é que sabe, eu não me importo que pague com esse dinheiro, mas se prefere deixe alguma coisa comigo e paga-me depois.
Bombeiro - Pois mas vai demorar sabe...
Sheriff - É como lhe digo, eu aceito o pagamento com as moedas, mas se quiser vai buscar a carteira.
Bombeiro - Pois mas eu moro longe
Sheriff - Ou se quiser deixar um valor passa por cá amanhã e paga, Tem é de deixar alguma coisa.
Resignado o fulano voltou ao carro e trouxe um pequeno cofre. La estive mais ele a contar 20 euros em moedas de dois e um centimos. Acreditem que é um volume considerável. As pessoas têm muita lata e não sei o que as vezes pensam. Outro fulano tinha la na tasca uma divida desde o principio do verão. Foi com uma colega. Deixou lá trinta euros para pagar e o seu bilhete de identidade com a boa fé da colega. A primeira vez que fez intenção de pagar, alguns meses depois de contrair a divida, apareceu com um cheque de 300 euros. Lá conseguiu um adiamento. Evidentemente ninguém no seu perfeito juizo vai aceitar que um gajo que anda há meses a dar o calote pague 30 euros com um cheque de 300, e arriscar que o cheque bata na trave. A segunda vez apareceu-me lá mesmo no inicio do turno com uma nota de 500 euros. Teve azar que a gerente ia mesmo a sair e, mesmo contrariada, voltou atrás para trocar a nota. Eu percebo que muita malta anda com a corda na garganta mas se querem dar o calote abasteçam e ponham-se a andar. Uma fuga quem quiser que resolva. Agora tirar partido da amabilidade dos caixas porque pensam que vamos ser anjinhos, é que já não vamos.

Cartaz das Festas

Este fim de semana vamos ter o Roger, o Skate e mais um terceiro interveniente, que eu não conheço, no moinho em S. Julião. Não sei como eles se auto intitulam mas vai ser uma noite de Hip Hop, Beat Box e essas coisas que os miudos ouvem hoje em dia. Vou passar por lá porque ouvi dizer que estes meninos deram cartas no lagar no dia da performance do D-Kid. A conferir.
No sábado matiné heavy metal com o monovolume a brindar-nos, desta vez, com uma homenagem aos Iron Maiden. Espera-se que desta vez não haja vizinho que estrague a festa. É no Lagar às 16 horas.

02 novembro, 2006

A filha do peixeiro engordou

A filha do peixeiro engordou e engordou muito. Nem o facto de continuar a vestir as roupas de quando era anoretica disfarça o facto. Sempre suspeitei porque é que todos aqueles doces que ela comprava não maculavam a sua elegancia. Tenho uma teoria! A filha do peixeiro deve ser como um automóvel que eu tive. Andava quilómetros sem baixar o ponteiro do combustível mas quando o baixava pela primeira vez dava um pulo quase para meio deposito.

01 novembro, 2006

Um olho no Burro outro no cigano

Se aqui estivesse um rapaz que foi meu colega de escola quando acabei o 12º tinhamos já uma discussão. Ele diria: Atenção às expressões é preciso não generalizar. Mas o titulo aplica-se perfeitamente à situação como vão ver adiante.
Desde ontem que a minha vida profissional na tasca tem sido assolada por situações pouco usuais. Se eu fosse da opus day diria que andaria a ser tentado pelo mafarrico mas como perdi as minhas crenças algures no tempo o meu cepticismo não me deixa encará-las como mais do que frutos do acaso.
Para começar ontem, primeiro encontrei um envelope cheio de dinheiro e, segundo, uma das minhas colegas deixou uma saida de caixa fora do abrigo do cofre. Se nestas alturas não me viesse um assolo de honestidade, do qual desconheço a origem, teria metido ao bolso mais de 500 euros. A saida de caixa depositei-a no cofre. Aquela saida de caixa desaparecer seria o suficiente para ela ir para o olho da rua, começou ha meia duzia de dias e não está propriamente a causar uma excelente impressão. O dono do envelope entrou esbaforido pela tasca dentro a ser insultado pela companheira (nunca pensei que uma criatura tão pequena conseguisse fazer um escandalo tão grande), os dois completamente desaustinados. Não imaginam como o meu simples gesto de entregar envelope transformou aquela berraria num silencio muito calmo. Ás vezes dou por mim a desejar ser um pulha...
Hoje pensei: vai ser um dia calmo. Assim que cheguei o patrão começou logo com as coisas dele, que eu tinha gasto muitos sacos na noite anterior, e que não aponto as faltas, e que devia tentar impingir latas de óleo de 5lt porque as de 2lt estavam esgotadas. E não é que logo a seguir veio um fulano pedir uma lata de óleo de 2 lt. Passam dias sem vender uma lata de óleo... Nunca tiveram a sensação de estarem a ser seguidos? Escusado será dizer que não conseguio vender nada ao gajo. Logo a seguir um fulano perdeu uma nota de 5€. Pareceu-me ver outro cliente a "encontrá-la" mas não tinha a certeza e tive de me calar (é quando vejo estes gajos safarem-se melhor na vida que me dá vontade de ser um crápula). Então o gajo vira-se para mim a perguntar se eu não me tinha enganado a dar-lhe o troco. Eh pá! Tenham dó. Hoje é feriado, não basta ter de estar aqui ainda tenho que estar a levar com isto?
Começo a pensar que ando a ser testado. Parece que o cliente mistério do horizonte dois mil e qualquer coisa (programa da repsol que visa a excelencia no atendimento ao publico) está mais requintado.
Entretanto chega um bólide com uma familia de ciganos. Como devem calcular a lotação do automóvel está para lá de lotada. Dois casais a sua extensa prole. Metade do maralhal entra na loja e a tasca fica também de lotação esgotada. Deu-me um feeling de que ia haver merda. Não sei porquê. Recebo com a mesma humildade, simpatia e profissionalismo qualquer pessoa e não faço juizos de valor antecipadamente, mas algo me disse que iria acontecer alguma coisa. Não foi preciso esperar muito porque assim que entraram uma pirralha agarrou uma caixa de bolachas e arrancou porta fora. Disse ao gajo: Vou cobrar mais uma caixa de bolachas que a sua filha levou. O gajo começou a fazer-se desentendido, fez ar de indignado, perguntou à filha que negou peremptoriamente. Agora já era mais que um feeling. Tinha a certeza que ia haver merda. Insisti com o gajo e disse-lhe: Veja lá no carro se não tem lá uma caixa de bolachas. O gajo foi e pensei agora arranca e fico apeado mas vou fazer o que? PIOR! Deixou os familiares mais bem constituidos fisicamente para tras. Quando equacionava quais eram os cenarios possiveis para o desfecho da contenda vejo o gajo voltar com a caixa na mão e a dar tabefes na pirralha. Fez o papel dele que não tinha visto nada, pediu desculpa, distribuiu mais um par de estalos à filha. Por fim comprou as bolachas e seguiram viajem. Espero que agora, durante a segunda metade do trabalho, a malta fique em casa a ver a bola e eu tenha uma noite mais tranquila.