Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

23 fevereiro, 2006

Naquele belo país onde um deputado do psd teima em manifestar-se contra o tgv

O meu cunhado está sem carta. Porque foi apanhado com a taxa de alcoolémia em excesso num sábado à noite, numa vila deserta. Se o meu cunhado não bebesse ainda teria carta. O meu cunhado votou psd (a taxa de alcoolemia nesse dia tambem era grande mas como ele não tem carta já não faz mal) e elegeu um deputado que conduz a 200 km/h, que é frequentemente apanhado em transgressão mas que ainda tem carta. O meu cunhado é poético nas suas acções. Consegue, com um simples voto, ajudar um fulano a passar incólume perante contra-ordenções muito graves mas nada conseguiu fazer para evitar a sua própria punição. Pergunto-me como este deputado terá votado o novo código da estrada. Certamente contra. Ah! E a Ota e o Tgv também deve ter votado contra, pois ele diariamente prova que são investimentos desnecessários quando se pode atingir 200 km hora de automóvel. Curiosamente ao que percebi vão instaurar um inquérito à dgv.O primeiro passo não seria tirar a carta a este senhor? Claro que todos sabemos como a coisa funciona. Os animais são todos iguais mas os porcos são mais animais que os outros.

22 fevereiro, 2006

Nuclear? Não obrigado!

Posso até estar errado mas para mim o milagre nuclear é um presente envenenado.

"O risco e consequências de um eventual acidente, o problema de armazenamento dos resíduos radioactivos que resultam da laboração de uma central nuclear, o perigo de atentados e o custo destas instalações são alguns dos argumentos que levam os ambientalistas a recusar a opção nuclear". in http://dn.sapo.pt

Tendo em conta a inconsciência e negligência quando se fala de lucro penso que é arriscar demais, especialmente no caso português. Não pretendo ser ambientalista mas não estou disposto a correr o risco se sofrer as consequencias de um acidente nuclear ou a ter uma lixeira radioactiva no meu quintal.

21 fevereiro, 2006

ORQUÍDEA


do Gr. órchis, testículo + suf. ídea

s. f., Bot., de uma forma geral, qualquer flor de uma planta monocotiledónea da família das orquidáceas, notável pela rara beleza, forma e colorido.

Não sei porquê sempre a achei mais próxima do sexo feminino mas no entanto...

A orquidea - Histórias de uma cidade

Havia naquela cidade um homem muito simples. Uma cara igual a tantas outras num corpo magro e esguio. Era um homem de familia e sem vicios. Todas as manhãs o despertador tocava, cedo. Num ápice o corpo enfezado saltava da cama, cantarolava enquanto se barbeava e seguia na sua bicicleta para o trabalho. Todos os dias a mesma rotina, os mesmos rituais. Um dia, porém, decidiu atravessar um atalho pelo interior do bosque. A meio do percurso, na margem do ribeiro, encontrou a mais bela das orquideas. A flor mais linda que ja havia visto. Reconheceu-a dos livros de escola, aquela orquidea selvagem, a flor proibida. Ficou ali, contemplando-a. Pela primeira vez chegou atrasado ao trabalho. Inventou um furo no pneu do velocipede para justificar. A sua assiduidade e pontualidade habitual foram suficientes para que o empregador de pronto o desculpasse. No regresso voltou pelo bosque e viu o sol pôr-se atrás das árvores iluminando a orquidea de uma forma sublime. Quando chegou a casa ja o jantar tinha sido servido. Desde aquele dia que passou a contemplar a orquidea todos os dias. A caminho do trabalho, no regresso a casa, na pausa do almoço. De noite, escapava-se de casa para dormir junto à flor. Temia por ela. Em segredo regou-a, protegeu-a do frio extremo e do sol tórrido, adubou-a.
Aconteceu um dia, a chuva forte e o vento ameaçavam destruir a bela flor selvagem. Ficou ali protegendo-a, porque a amava, era a sua obsessão. Durante uma semana a tempestade fustigou o bosque dia e noite. Ele ficou ali, resistiu ao frio, à fome e à sede e salvou a sua flor da destruição. Sem justificação, quer em casa quer no emprego, para tão longa ausência revelou a verdade. Perdeu o emprego, perdeu a mulher, os filhos nunca mais lhe chamaram pai, a justiça condenou-o. Nunca se mostrou arrependido e em cativeiro reproduziu milhares de imagens da proibida orquidea. Ainda hoje quem visita a antiga prisão da cidade se apaixona pelas imagens daquelas paredes.

20 fevereiro, 2006

Domingo na tasca do sheriff

Sheriff Esteves - Boa tarde! São 10€ de gasolina na bomba 3. Vai desejar mais alguma coisa?

Goês Embriagado - O que sugere?

Sheriff - Veja na loja algo que lhe agrade.

Goês - Só aqui venho pela gasolina. Mas isso também vai acabar. Só temos mais 30 anos de conbustiveis fósseis...

Sheriff - (Interrompendo) Vai precisar do recibo?

Goês - Eu não. O ministério das finanças é que o exige. Porque pergunta? O seu patrão espanhol está a economizar o papel para limpar o ...

Sheriff - (Entregando o recibo) É tudo?

Goês - Tem alguma sugestão?

Sheriff - Porque não bebe uma cervejinha?

Goês - Está fresca? Quanto custa?

Sheriff - 75 cêntimos

Goês - A boémia também? Qual sugere?

Sheriff - Super bock sem dúvida.

Goês - Excelente sugestão. (Serve-se de uma super bock 33cl e paga-a)

Sheriff - (Fazendo o troco) Obrigado!

(A conversa continua enquanto o goês bebe a cerveja)

...

Goês - Sim, porque os portugueses e os espanhóis exploraram as ex-colónias e maltrataram as civilizações orientais nas cruzadas e agora insultam-nas com as caricaturas...

Sheriff - Mas você é muçulmano?

Goês -Claro?

Sheriff - E sentiu-se verdadeiramente incomodado com as caricaturas?

Goês - Quer uma caricatura? Havia um carpinteiro, José, grande panasca. Nunca tinha ido para a cama com a mulher Maria. Um dia Maria chega a casa e diz-lhe: Estou grávida, foi o espirito santo. José pergunta-lhe: Quem o banqueiro? Depois nasceu Jesus aquele panasca de cabelos compridos. Você é católico?

Sheriff - Já fui crente mas sou ateu.

Goês - Eu também desde que comecei a fornicar. Vou beber mais uma.

Sheriff - Desculpe a indiscrição mas posso saber o que você faz?

Goês - Eu já não faço nada! Tirei dois cursos o meu pai obrigou-me. Agora bebo, como e fornico. Antes que isto acabe. Vim agora do almoço. A comida era uma merda, o vinho era uma merda, que de vinho percebo eu, estudei para isso. O pão era uma obra prima. O pão e o bagaço...

...

e hoje é segunda feira.

18 fevereiro, 2006

Este Post é nostálgico

Não sou muito dado a poesias. Até porque sinto que a vida avança ao ritmo da prosa. No entanto a conjectura dos últimos dias levou-me a publicar um poema. Não um poema qualquer.
O meu pc está com problemas pelo que me vejo obrigado a procurar alternativas. Aqui em casa da minha progenitora encontrei um caderno. Em dois volumes compila poemas que escrevi na adolescencia. Cá vai um.

Planeta Ópio

A tocata soou,
E saio de refugio que a noite acolheu
Encharco-me num vaso de breu
E enfrento a realidade exterior
Uma branca para aquecer o motor...
Acelero!
O crepúsculo aguarda-me,
O gigante tarda,
Acendo um "nininho"
Que me acompanha o caminho,
Sirenes e Pirilampos ladeiam o meu percurso.
Consumo-me entre paredes fluorescentes,
Respiro ofegante,
O gigante aguarda,
Chama-me com os seus roncos potentes.
Avisto o abrigo distante
Mas não me recolho,
Não sem antes mergulhar na fermentação dourada.
Estou zonzo,
Sinto um rombo frontal
Efervescencia paracetamal,
Estimulação televisiva,
Intercomunicação sexual,
Estímulo acetilsalicilico;
Realidade atordoada.
Inspiro profundo, urino,
Deleito-me prazenteiramente
Num vaso de leite escocês,
Dou erecções a deus
Pilulas anestesicas me dês,
Ritual final...
Até que a tocata se faça ouvir de novo.

18-02-1997





17 fevereiro, 2006

Manias??

Confesso que me foi dificil aceitar o desafio. Porque tenho a mania que não tenho manias.

do Lat. mania - manía, loucura

s. f., espécie de perturbação ou excitação caracterizada por aferro a uma ideia fixa;
fig., mau costume;
excentricidade;
esquisitice;
extravagância;
desejo imoderado, excessivo.
Depois desta ajuda cá vai:

i) Tenho esta ideia fixa que as pessoas revelam a sua sexualidade quando trocam as primeiras impressões, subtilmente intercalada nas suas palavras e acções. Não só a orientação, mas também a disponibilidade, o desejo... Tenho por isso a mania de tentar adivinhar a predisposição sexual de cada um. Olhem que acerto uma boa percentagem das vezes. Nunca tirei, no entanto, grande partido disso a nível pessoal.

ii) Mau costume esta é fácil. Devem ser aos milhares mas lembro-me assim de um que muito me caracteriza que é a mania de estar sempre com pão na boca. Se acabarmos uma refeição ver-me-ão partindo pedaços de pão, colocá-los na boca e desgustá-los lentamente. Já alguém se referiu a isso como um desejo recalcado. Será?? Devia ter estado mais atento às aulas de psicologia.

iii) Recuso-me a perder o bom senso atrás do volante. No universo de pilotos das estradas portuguesas, na sua maioria fitipaldis wanna be, acho que sou um excentrico. Os co-pilotos menos experientes que me acompanham acham esquisito que eu não reclame das habilidades dos outros condutores. Mas eu tenho a mania de não apitar.

iv) Extravagancia é ter comprado um disco externo de 250 GB para aramazenar exclusivamente mp3. Mas eu tenho a mania de coleccionar som.

v) O maior desejo que me assiste é viver. Por isso tenho a mania de estar sempre apavorado com a morte. Ao ponto de ter dificuldade em adormecer. Não há nada que me assuste e revolte mais e não há nada que eu saiba ser tão certo.

Cabe-me agora relançar o desafio. Endereço-o a: Guitarrista [Querida Guitarra], Dae-su Oh [Blog da Nalga], Trilby [Ai o Cocó], Superminizinha [Mini Sagres Online] e ao blogless El carteiroman que poderá postar aqui na cidade.

Regulamento: «Cada bloguista participante tem de enumerar cinco manias suas, hábitos muito pessoais que o diferenciem do comum dos mortais. E, além de dar ao público conhecimento dessas particularidades, tem de escolher cinco outros bloguistas para entrarem, igualmente, no jogo, não se esquecendo de deixar nos respectivos blogues aviso do "recrutamento". Ademais, cada participante deve reproduzir este "regulamento" no seu blogue.»

Para seguirem o rasto de outros maníacos o desafio chegou à cidade pela mão de Beatriz.

Rockers, este não podem perder!

16 fevereiro, 2006

15 fevereiro, 2006

Os Intermediarios - Sharks patrol these waters

A conversa sobre pirataria acordou a minha revolta para alguns dos maiores tubarões da organização capitalista da sociedade. Os Intermediarios. Começando pelos inofensivos: o pequeno comércio. Será a origem do intermediário nas relações comerciais. Não investiguei mas creio que no principio tenham revelado utilidade no transporte dos bens do produtor ao comprador cobrando a devida taxa. São as lojas, ambulantes ou não, que centralizam produtos, normalmente de uma mesma familia. Há dois tipos: as que apenas distribuem os produtos - mercearias, mercados, tabacarias, livrarias, papelarias, drogarias, padarias, etc - e as que oferecem tambem alguma preparação do produto - talhos, peixarias, floristas, etc. Não há grandes maleficios neste comércio e ate facilitam o acesso aos produtos. Embora o percurso ideal fosse o consumidor obter os bens directamente do produtor admito que as dimensões e o ritmo da sociedade proporcione e até exija a sua existência. Os primeiros tubarões aparecem na sequência imediata. As grandes superficies. O poder financeiro destas entidades permite-lhes construir grandes espaços onde podem oferecer todos os produtos das pequenas lojas de uma só vez. Vantajoso para o consumidor que de uma só vez consegue despachar quase todos os afazeres relacionados com as compras. No reverso da medalha uma atitude de marketing agressiva que potencia o consumismo e uma atitude de desprezo e sufoco aos produtores que, iludidos pela perspectiva do rapido escoamento de uma grande quantidade de produto, acabaram dependentes deste tipo de intermediario desprezando as lojas pequenas. São uma praga e uma maquina de fazer dinheiro. Quando se fala de recessão economica a construção de centros comerciais, hipermercado e lojas de super descontos não cessa. Se os produtores mantivessem uma politica de preços indiferente ao volume de vendas qualquer mercearia conseguiria competir com um hipermercado, oferecer um serviço mais personalizado e ser uma alternativa muito interessante. but sharks patrol these waters
Dos piores de todos temos os bancos. São intermediarios do papel-moeda. Emprestam o dinheiro dos ricos aos pobres, cobram uma taxa e depois emprestam as taxas que cobram aos ricos com uma outra taxa. Ainda oferecem aos pobres um pequeno bonus se estes lhe confiarem o seu dinheiro, normalmente, como são pobres, o bonus é baixar a taxa. Depois providenciam um cartão para o pobre usar o seu dinheiro em segurança e cobram uma taxa. Depois e como é pobre, e da mais trabalho gerir pouco dinheiro do que muito, cobram uma taxa porque o saldo médio do pobre não atinge 500€. De taxa em taxa enchem o tacho. Nessa altura, quando o pobre fica sem dinheiro para pagar as taxas, apropriam-se da casa ou do carro que ja esta meio pago. Sharks patrol these waters.
As seguradoras então entre um intermediario e um prestador se serviços. Poupam o nosso dinheiro para uma eventualidade. A vantagem é que nessa eventualidade não te disponibilizam só o teu dinheiro mas o de outros segurados também. São uns amigos, nunca nos deixam ficar mal. Garantem que um acidente na nossa vida não nos deixe na merda. Se tiveres uma vida calma e sem acidentes apenas vais contribuir para os outros. O que até te fica muito bem. Além do mais será que estarias disposto a arriscar? Mesmo que estejas há coisas que não podes fazer correndo o risco. Ter carro e casa por exemplo normalmente exige-te que assegures que em caso de a vida não te correr muito bem alguem cobre o prejuizo, Ah! normalmente as seguradores andam de panelinha com os bancos. Eles andam sempre aos pares. Sharks patrol these waters.
Finalmente, não porque não haja mais tubarões à solta, mas porque o post está a ficar incrivelmente grande, os empresários dos artistas. Em nome individual, agencias ou grandes companhias (as majors). Vivem do génio alheio, normalmente uma cambada de frustrados que daria o dedo mindinho para ter um décimo da genialidade das pessoas que representam. Transformaram as manifestações artisticas num produto de prateleira de supermercado, fabricam vedetas em laboratorio, elitizaram a arte popular, apropriam-se de todas as manifestações espontâneas, exploram artistas e publico. Espanta-me que cada vez menos haja espiritos esclarecidos. Cada vez as pessoas são mais manipulaveis pelos intermediarios da arte, que usam, põe e dispõe dos media para gerir a seu belo prazer o potencial intelectual da comunidade artistica. Impingem-te o visual da moda, o lifestyle realmente com estilo, a actriz que anda a dormir com o encenador, o filme do lobby A, B, C ou D, a cantora cana-rachada mas libidinosa, o pintor agiota, etc, etc. Ás vezes paras para pensar o que aquele personagem fez para merecer o topo da fama mas rapidamente és absorvido por mais uma corrente de multimedia manipulada que te arrasta para o vórtice conformado da medietização.
Sharks patrol these waters
Don't let your fingers dangle in the water
And don't you worry about the day glow orange life per server
It won't save you
Swim for the shores just as fast as your able
Swim like a mother fucker
swim
Sharks - Morphine (Sandman) para não dizerem que eu não respeito os direitos dos autores.

14 fevereiro, 2006

Naquele belo país onde o bandido pobre é preso e o bandido rico é presidente da câmara.

Estou preocupado! Fiquei ontem a saber que encaixo no perfil do pirata informatico. A verdade, é que utilizo a pirataria, não com fins comerciais, mas para ter acesso à cultura a um preço acessivel. Há muito tempo que não compro um cd de musica original ou um dvd. A musica que oiço vem quase exclusivamente dos P2P e os dvds compro na feira da Malveira gravações manhosas a 5 € cada três. A questão é que não tenho muita escolha. Vamos dissecar então o orçamento do tal pirata informatico que encaixa no perfil ontem avançado na tv. Jovem do sexo masculino até aos 29 anos... 600 € por mês de salario, 350€ de renda de casa, 25€ para a electricidade, 10€ para a agua, 15€ para o gas, 200€ para a prestação do carro (ja esta a zeros), 500 € vencimento do companheira, 150 € para combustivel, 200€ para o supermercado, 50€ para a farmacia, 60€ para o adsl e telefone, ainda sobram 40 €. Ora 40 euros dá para comprar 3 livros ou cds, ou 2 dvds. Parece-me bem que os 35 euros gastos na banda larga são um bom investimento.
Daí que não tenho pudor nenhum em atentar contra a propriedade intelectual de ninguém. Até porque o meu orçamento é mais reduzido que o acima descrito. Quando vejo uma rusga como a de ontem no martim moniz fico apreensivo. Fico a pensar quando será o dia que os goes entram pela minha casa a dentro para confiscar os meus mp3, os dvds piratas ou os home movies da vizinha da frente. Ou qual é o dia em que a BT vai implicar com as cópias de cd que tenho no carro. Ou quando a PJ vai confiscar o meu pc pela participação nos P2P.
Sei bem que a questão das economias paralelas não tem contornos tão simples quanto isso. Sei perfeitamente que a produção de produtos contrafeitos está muitas vezes associada à mão de obra escrava. Mas na selva capitalista sobreviver é preciso. A cultura não deveria ser um luxo a que só alguns podem aceder confortavelmente. Mas para que os isaltinos, felgueiras e loureiros deste país não fiquem a coçar as fartas barrigas regozijando enquanto o povo que os elegeu assiste alienado a mais um reality show, eu utilizarei as armas que entender para usufruir das coisas.

13 fevereiro, 2006

09 fevereiro, 2006

O preço do sexo seguro

A primeira pagina do CM de ontem provocou na minha mente este pequeno exercicio sobre economia.

- O preço de um preservativo é superior a um café cerca de 40%

- Um preservativo custa sensivelmente o mesmo que um jornal desportivo

- Um preservativo custa sensivelmente o mesmo que uma cerveja média num snack bar

- O preço de um preservativo equivale ao preço da portagem entre Loures e Malveira

- 1 litro de gasolina sem chumbo de 98 octanas equivale ao preço de dois preservativos

- 4 preservativos custam sensivelmente o mesmo que um maço de tabaco

Tendo em vista os reduzidos orçamentos das familias portuguesas um homem que fume, beba uma cerveja e um café por dia, e compre o record tem 6.5 vezes menos probabilidade de praticar sexo seguro que um que não o faça. Se trabalhar longe de casa então......


Defendo para o preservativo a politica da pastilha elastica. A 5 cêntimos e à venda praticamente em todo o lado.

08 fevereiro, 2006

Naquele Belo país onde quem tem cu tem medo.



Enquanto o sr. ministro dos negócios estrangeiros anda na sua cruzada contra os altos rendimentos dos mais importantes funcionários do estado, actuação populista mas acertada, e aproveita para se esquecer de deitar um olho ao seu próprio bolso, vem a publico lamentar e discordar da publicação das caricaturas de maome. "A liberdade de expressão, como aliás todas as liberdades tem como principal limite o dever de respeitar as liberdades e direitos dos outros." A verdade é que esta posição contrasta bastante com politicas do passado mas verdade é também que continuam portugueses a marcar uma posição de força militar em países árabes.
A questão é que o fundamentalismo islâmico é neste momento a maior ameaça ao capitalismo ocidental. Mas desengane-se o sr. amaral que a aproximação diplomática ao islão não lhe vai trazer grande descanso. São centenas de anos de ódio fomentados por politicas externas que serviram os interesses de muita gente, humilharam outras culturas, desafiaram a sua ira. Agora? Preparem os vossos filhos para se defenderem que os meus não precisam.

O Belo Infeliz - Histórias de um Cidade

Naquela cidade viveu em tempos o mais lindo dos homens. A sua beleza foi disputada por todas as donzelas da cidade. Foi assediado por mulheres casadas, viuvas, por freiras e por meretrizes, solteiras, separadas, por lesbicas e por transformistas, divorciadas, abandonadas, por gays e por travestis. Partilhou o leito com rainhas, princesas, aias, prostitutas, nobres e pobres, peixeiras, rameiras, sopeiras, actrizes, belas e feias. Conheceu os meandros do sexo, a inocencia da masturbação, o conforto do sexo consentido, a audacia de um ménage a trois, a loucura de uma orgia, o drama de uma violação. Correu mundo, teve filhos de todas as raças, espalhou a sua semente em todas as religiões. Foi amado, desejado, idolatrado, teve mulheres obcecadas por ele, viu virgens suicidarem-se na sua frente por não o merecerem. Mas não amou! Nunca amou nenhuma daquelas mulheres. Eram apenas peças de carne no açougue da libido e do despudor. Eis senão quando, um dia, esplendoroso dia primaveril que em pouco ficava a dever a uma tarde de agosto, os seus olhos se depararam com a mais pura das meninas. Na inocencia da sua idade adolescente banhava-se despida na tépida àgua da ribeira. Os seios recém formados eram de uma perfeição celestial. A cor da pele, levemente dourada, faria inveja aos autores das mais belas telas, a penugem pubica que timidamente despontava transmitia uma suvidade de qual anjo cujas asas esvoaçavam no paraiso. Quando os campos de visão de ambos se cruzaram não havia força no universo suficiente para evitar a determinação com que os corpos se precipitaram um no outro. O corpo da jovem foi possuido selvaticamente dentro de agua mas a beleza do momento fundiu as duas almas numa so. Aquele homem tinha finalmente encontrado o amor. Mas com o amor veio também a tragédia. Castigado por ter vivido o seu unico amor, o mais proibido de todos. "Pois com que moralidade um homem possui uma criança e a inicia na devassidão suja do sexo" - assim proclamava o juiz o seu crime. Nem a intenção de desposar a menina salvou o homem do cárcere. Desterrado no buraco mais fundo da prisão mais esquecida da ilha mais remota, condenado à solidão até ao fim dos seus dias o homem voltou a não ter quem amar. O maior tesouro que demorara tanto a encontrar havia-lhe sido tomado. Na altura que o enjaulavam para embarcar rumo ao seu ultimo destino viu a sua bela amada por cobro à própria vida esventrando-se com um punhal. Como estava infeliz... não mais do que sempre fora mas com a mesma intensidade com que sempre tinha sido. Lembrou-se da unica vez que tinha sido feliz, naquela bela tarde, aquela em que amou.

07 fevereiro, 2006

Naquele país onde duas pessoas se quiseram casar mas nao puderam.


Eu sou contra os casamentos gays. Não, referências ao pnr nesta página só de repúdio. Não é essa a questão. Não vou manifestar nenhuma espécie de homofobia, pois essa doença deixei-a em Lyon ha muitos anos atrás. A questão é que eu sou contra o casamento seja hetero, homo, bi, tri, poli, mega, giga ou outro sexual qualquer. Defendo o direito dos gays à indignação pela discriminação. Mas a solução não é abranger mais pessoas pelo casamento. Quem defende os direitos dos bigamos. Ou de outras tendencias sexuais que nem nunca ouvimos falar. E quem defende os direitos do individuo que deseja assumir a sua vida independente e sozinho? Porque e que um casal, que tem dois ordenados para governar uma casa, merece regalias fiscais que um solteiro não merece. Ou porque não posso adoptar sendo solteiro?
Não está ainda claro neste post mas o que pretendo dizer é que das duas uma: ou os direitos são iguais para todos ou há desigualdade. E neste caso concreto a igualdade atinge-se mais depressa igualando o individuo do que um par de individuos.
Pela liberdade, pela igualdade, contra o casamento.