Quando a ordem é injusta, a desordem é já um princípio de justiça.

31 maio, 2006

Não durmo esta noite graças à filha do peixeiro.

A filha do peixeiro é uma cliente habitual lá da tasca. A visita dela é sempre um ponto alto da noite e quem a conhece é incapaz de o negar. Na sua meninice de inicio de maioridade a miúda não deixa nenhum homem indiferente. Conhecendo como conheço alguns de vocês já vos imagino a coçar o umbigo e a troçar da rebarba do sheriff. Nada disso. O que aconteceu foi que na visita de hoje a filha do peixeiro não trazia a aura que sempre a acompanha. O motivo saltava à vista. Um grande abcesso fazia com que a habitual carinha de princesa desse, agora, lugar a uma máscara de homem elefante. Esperava que me viesse pedir um analgésico ou coisa que lhe valha e já imaginava o seu desespero quando se apercebesse que a tasca não tem esse tipo de mercadoria. O meu espanto não poderia ser maior quando a filha do peixeiro se aproxima com um saco de 500 gramas de broas de mel. Não há, de facto, nada melhor para acabar com uma dor de dentes. Para quem não conhece a especialidade a receita é a seguinte: Farinha, açucar, gordura vegetal, ovos, mel e canela. Dulcissima a iguaria. é por isso não vou dormir esta noite, não porque tenha fantasias libidinosas com a filha do peixeiro, nem porque esteja um calor de morte, nem tão pouco pela dor de garganta que me atormenta, ou pela ansiedade de começar no trabalho novo. A insónia desta noite deve-se à mais inocente soliedariedade para com a filha do peixeiro que, a esta hora, de certeza se contorce na cama com dores e uma grande barrigada de broas de mel.

2 comentários:

Trilby disse...

Tou a ver! No dia que vi o "Solaris" também não dormi a pensar no frio que o George Clooney deve ter tido quando se passeava nu... pois...
;)

Anónimo disse...

Looks nice! Awesome content. Good job guys.
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